12:35 - 11/25/2025

Diferença entre pagar o total e o mínimo da fatura — impacto na TAEG e no crédito

Quando chega a fatura do cartão de crédito, muitos consumidores enfrentam uma decisão importante: pagar o valor total ou apenas o mínimo? À primeira vista, a opção de pagar o mínimo pode parecer conveniente, especialmente em momentos de aperto financeiro. No entanto, essa escolha aparentemente inofensiva pode ter consequências significativas nas suas finanças, particularmente no que toca à TAEG e ao seu histórico de crédito.

Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre estas duas formas de pagamento e compreender o verdadeiro impacto de cada uma no seu bolso e na sua saúde financeira a longo prazo.

O que significa pagar o total da fatura?

Pagar o total da fatura significa liquidar integralmente o valor apresentado no extrato do cartão de crédito até à data de vencimento. Esta prática oferece diversas vantagens:

  • Não há incidência de juros sobre o montante utilizado
  • Mantém o crédito disponível no limite máximo
  • Demonstra responsabilidade financeira às instituições bancárias
  • Preserva um histórico de crédito positivo

Quando opta por pagar o valor total, está essencialmente a utilizar o cartão de crédito como uma ferramenta de conveniência e gestão de fluxo de caixa, sem custos adicionais.

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O que acontece ao pagar apenas o mínimo?

O pagamento mínimo é uma percentagem do valor total em dívida, geralmente entre 2% a 5% do saldo devedor, com um valor mínimo absoluto (normalmente entre 20€ e 50€, dependendo da instituição). Embora pareça uma solução prática no curto prazo, esta opção traz consequências sérias:

  • O restante do saldo é convertido em crédito rotativo
  • Incidem juros elevados sobre o valor não pago
  • O prazo para liquidar a dívida estende-se significativamente
  • Os juros acumulam-se mês após mês, aumentando o montante total a pagar

A TAEG: o custo real do crédito

A TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) é um indicador fundamental que expressa o custo total do crédito para o consumidor, incluindo juros, comissões e outros encargos, numa base anualizada. No contexto dos cartões de crédito em Portugal, a TAEG pode variar consideravelmente, geralmente situando-se entre 12% e 24% ao ano, dependendo da instituição e do perfil do cliente.

Quando paga apenas o mínimo, a TAEG torna-se especialmente relevante, pois todo o saldo remanescente fica sujeito a estes juros. Para ilustrar: se tem uma dívida de 1.000€ com uma TAEG de 18% e paga apenas o mínimo mensal, poderá levar vários anos para liquidar completamente a dívida, pagando centenas de euros adicionais em juros.

O impacto no seu histórico de crédito

O comportamento de pagamento do cartão de crédito é um dos fatores mais importantes na construção do seu perfil de crédito. As instituições financeiras avaliam:

  1. Histórico de pagamentos: Pagar regularmente, mesmo que seja o mínimo, evita registos negativos. No entanto, pagar consistentemente apenas o mínimo pode sinalizar dificuldades financeiras.
  2. Utilização do crédito disponível: Manter saldos elevados em relação ao limite disponível (rácio de utilização) pode afetar negativamente a sua pontuação de crédito. Idealmente, este rácio deve manter-se abaixo dos 30%.
  3. Capacidade de gestão financeira: Pagar o total demonstra controlo financeiro e aumenta a probabilidade de aprovação em futuros pedidos de crédito, além de poder resultar em condições mais favoráveis.

Comparação prática: um exemplo real

Considere uma fatura de 2.000€ com TAEG de 18% e pagamento mínimo de 2% (40€):

Pagamento total:

  • Valor pago: 2.000€
  • Juros pagos: 0€
  • Tempo para liquidar: imediato

Pagamento mínimo:

  • Valor inicial: 2.000€
  • Pagamento mensal: aproximadamente 40€ inicialmente
  • Tempo para liquidar: mais de 10 anos
  • Total de juros pagos: superior a 2.500€
  • Custo total: mais de 4.500€

Este exemplo ilustra dramaticamente como o pagamento do mínimo pode mais do que duplicar o custo final da dívida.

Quando faz sentido pagar o mínimo?

Embora pagar o total seja sempre a opção mais vantajosa, existem situações pontuais onde o pagamento mínimo pode ser uma solução temporária:

  • Emergências financeiras inesperadas
  • Desemprego temporário
  • Despesas médicas urgentes

No entanto, mesmo nestas circunstâncias, é fundamental ter um plano para retomar o pagamento integral o mais rapidamente possível.

Estratégias para evitar a armadilha do pagamento mínimo

  1. Planeamento orçamental: Utilize o cartão apenas para despesas que consegue liquidar no final do mês.
  2. Fundo de emergência: Mantenha uma reserva financeira para imprevistos, evitando recorrer ao crédito rotativo.
  3. Alertas de vencimento: Configure notificações para nunca perder o prazo de pagamento.
  4. Negociação com o banco: Em caso de dificuldades, contacte a instituição para explorar alternativas, como consolidação de dívida ou condições especiais.
  5. Pagamentos parciais superiores: Se não conseguir pagar o total, pague sempre o máximo possível acima do mínimo.

Conclusão

A diferença entre pagar o total e o mínimo da fatura do cartão de crédito vai muito além do valor imediato desembolsado. Trata-se de uma escolha que afeta profundamente a sua saúde financeira, o custo real do crédito através da TAEG e a sua reputação junto das instituições financeiras.

Sempre que possível, opte por liquidar integralmente a fatura. Esta prática não só evita custos desnecessários com juros, como também constrói um perfil de crédito sólido, abrindo portas para melhores condições financeiras no futuro. O cartão de crédito pode ser um excelente aliado financeiro quando usado com responsabilidade — e pagar o total da fatura é a chave para essa gestão inteligente.

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